Escutar a fundo o que o outro me diz, o que planeja me dizer e o que lhe escapa ao dizer. Escutar com ouvidos extremamente presentes no momento que se diz, mas também em tudo o que antes já foi dito. Olhar ao escutar sabendo da responsabilidade que carrego de me permitirem ser testemunha do que me trazem a cada semana. Estar, para que assim o outro possa se escutar, se apropriar do próprio discurso,  descobrir e construir novas narrativas de si, rejeitar as que foram impostas e que já não cabem, transformar.

 

Cabe a mim, nesse processo, saber do meu lugar ao acompanhar tamanha intimidade. Cabe a mim também  bancar os desafios de ser atravessada por cada discurso. Não me retirar, não ultrapassar o outro, não dissimular neutralidade inexistente, saber frustrar (porque sim,  para que o trabalho caminhe também é preciso saber frustrar), saber do incômodo e sustentar o desconforto…

​

Psicoterapeuta é feita de terapia, supervisão, estudos, família, afetos, amores, mudanças, permanências, impermanências, graduação e pós graduação.

 

Ser psicoterapeuta, para mim, é sobre viver, testemunhar e apostar em potencializar o viver.